Ex-ministra de Bolsonaro defende diálogo do agro com Lula: ‘Estão tristes, mas é hora de seguir adiante’

Tereza Cristina foi eleita senadora, mas chegou a ser cotada para ser vice na chapa de Jair Bolsonaro

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Apoie Siga-nos no

A ex-ministra da Agricultura de Jair Bolsonaro, Tereza Cristina, defendeu nesta sexta-feira 4 que o agronegócio abra diálogo com Lula, presidente eleito neste ano. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ela defende que o setor ‘supere a tristeza’ pela derrota do seu candidato e ‘siga em frente’.

O agro é um setor que apostou no presidente Bolsonaro desde o início. É natural que haja uma frustração enorme no setor. Ele é um grande líder de direita, estão todos muito tristes, o agro está triste, mas é hora de seguir adiante”, destaca a aliada do ex-capitão.

Tereza Cristina, é importante lembrar, chegou a ser cotada publicamente por Bolsonaro para ser candidata a vice em sua chapa. Após derrotado do aliado, no entanto, ela desembarcou dos discursos mais belicosos típicos do bolsonarismo. Questionada novamente sobre como pretende se posicionar diante de Lula, destacou o ‘diálogo’:

“Numa democracia, mesmo sendo oposição, temos de estar abertos a dialogar, para trabalhar pelo setor. O Brasil precisa do agro, independentemente de quem estiver à frente do governo”, insiste a ex-ministra que será integrante da bancada ruralista no Congresso em 2023.

Na conversa, a ex-ministra negou que ruralistas estejam financiando atos golpistas que se acumularam nas estradas e quartéis ao longo da última semana. Ela diz que os bloqueios não teriam recebido dinheiro de seus colegas de setor.

“O que está ocorrendo nas estradas é resultado da indignação das pessoas. Foi uma coisa espontânea das pessoas, de alguns produtores, mas não tem a participação de nenhuma associação, nenhuma instituição, não foi organizado.”


Ela ainda diz que Bolsonaro, agora derrotado e sem cargo, deverá ser um líder da direita. Na conversa, porém, não deu detalhes de como enxerga o futuro da atuação do seu antigo chefe.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.