O ex-comandante da Rota Alberto Sardilli afirmou que haverá adesão de policiais, inclusiva da ativa, ao ato golpista a favor do presidente Jair Bolsonaro, agendado para o dia 7 de setembro.
A manifestação flerta com pautas antidemocráticas, como ataques às instituições, e substituição de integrantes do Legislativo e Judiciário, como o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, rejeitado na quarta-feira 25 pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
“O presidente é militar, a tropa se identifica com essa questão, ele preza valores que são os da PM há 200 anos”, disse o coronel reformado ao afirmar que a maioria, mais de 80% da tropa é bolsonarista. As declarações foram dadas ao Blog Saída pela Direita, da Folha de S. Paulo.
Sardilli disse que a adesão ao movimento ficou maior depois que o governador João Doria (PSDB) afastou o coronel Aleksander Lacerda por usar suas redes sociais para fazer um chamado à participação do ato.
“O coitado do coronel foi lá se expressar na rede social dele. Rede privada dele. Sequer ele cita que é coronel ali. Às vezes parece que policial militar é cidadão de segunda categoria, não tem os mesmos direitos do cidadão comum”, afirmou.
“Manifestação política é diferente de manifestação cívica. Chamar as pessoas para ir para um desfile de 7 de setembro não tem nada de político. Manifestação política é o cara participar de um partido, de sindicato. No máximo ele foi malcriado”, completou.
Ainda durante a entrevista, Sardilli negou que a presença de Bolsonaro faça do ato uma manifestação política e afirmou que a tropa ‘não vai embalar interesse politiqueiro de ninguém’, mas que pode agir, dentro da Constituição, ‘se o Exército entender que precisa tomar alguma medida’.
Ao falar sobre uma possível intervenção das Forças Armadas, o ex-comandante da Rota disse que seria um limite extremo que ninguém quer, ‘mas possível’.
Para o ex-comandante, a tropa compartilha com Bolsonaro valores da família, da correção, da transparência, de falar a verdade. “E de Deus principalmente”, disse.
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