CartaExpressa
Ex-aliado, Frota chama Bolsonaro de ‘charlatão’ com projeto corrupto, bandido e mentiroso
‘Combater a corrupção, trabalhar para facilitar a vida do brasileiro, nada foi feito’, disse o deputado


O deputado federal Alexandre Frota, recém filiado ao PSDB, afirmou em entrevista ao Poder360, que seu partido, ou qualquer outro, não conseguirá romper a polarização entre Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Eu não acredito na terceira via, ela não existe. Simone Tebet [pré-candidata do MDB] continua com 2%. Colocaram na cabeça dela que ela pode ser presidente. Tem todo o direito de tentar, mas não acredito“, disse o parlamentar.
Na entrevista, o tucano disse ainda que seu principal objetivo nestas eleições é ajudar a tirar Bolsonaro da Presidência da República. Para isso, Frota cogita votar em qualquer um, até em seu desafeto político, Lula.
“Votei e não sou hipócrita. Nunca neguei que Bolsonaro ajudou a me eleger, mas também ajudei a eleger o Bolsonaro, dobrei muito voto para ele. Amigos até brigaram comigo por isso, me disseram: ‘tá vendo? A gente estava certo em não querer votar nele’. Quando o Bolsonaro era só um palhaço desacreditado, eu estava na linha de frente. Daí tentaram colocar nas minhas costas a pecha de traidor porque não quis continuar o projeto corrupto, bandido e mentiroso desse charlatão”, disse.
Segundo o parlamentar, Bolsonaro enganou a ele e o País.
“Rompemos porque pedi a prisão do Queiroz, um bandido corrupto que comanda as rachadinhas. Já o Bolsonaro aparelhou a Polícia Federal, o Coaf, e todos os delegados que estão investigando são exonerados. Fui o 1º deputado, ainda em 2019, a entender que não era o projeto que eu acreditei. Combater a corrupção, trabalhar para facilitar a vida do brasileiro, nada foi feito. Bolsonaro não fez um projeto social. Me diz um projeto social dele”, afirmou Frota.
O parlamentar pretende disputar uma vaga na Assembleia de São Paulo em outubro.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.