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EUA e Israel fecham acordo para formular plano de ajuda a Gaza
Desde a semana passada, Israel aperta o bloqueio contra o enclave palestino e executa um ‘cerco total’


Os Estados Unidos e Israel concordaram em elaborar um plano para permitir a chegada de ajuda internacional à sitiada Faixa de Gaza, anunciou na noite desta segunda 16 o secretário de Estado americano, Antony Blinken.
“A nosso pedido, Estados Unidos e Israel concordaram em formular um plano que vai permitir que a ajuda humanitária de países doadores e organismos multilaterais chegue aos civis em Gaza”, disse Blinken, após oito horas de conversas com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Desde a semana passada, Israel aperta o bloqueio contra a Faixa de Gaza e executa um “cerco total”, após os ataques deflagrados pelo Hamas em território israelense em 7 de outubro.
Por causa do cerco, a agência da ONU para os refugiados palestinos, a UNRWA, advertiu nesta segunda que a escassez de água na Faixa de Gaza ameaça contribuir para a propagação de doenças, uma vez que muitas pessoas recorrem a fontes contaminadas.
Ahmed Al Mandhari, chefe regional da Organização Mundial da Saúde, alertou que Gaza conta com apenas 24 horas de água, eletricidade e combustível e, se não receber ajuda humanitária, os médicos poderão apenas preparar as certidões de óbito.
Segundo Mandhari, Gaza e seus 2,4 milhões de habitantes enfrentam nesta segunda, décimo dia de bombardeios israelenses, uma “verdadeira catástrofe”.
Visita de Biden
O presidente americano, Joe Biden, fará uma visita em solidariedade a Israel na quarta-feira, depois dos ataques do grupo palestino Hamas.
Mais cedo, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que os Estados Unidos não impuseram “quaisquer condições” para fornecer suporte militar a Israel.
“Eles têm o direito de se defender. Eles têm o direito de perseguir esta ameaça terrorista e continuaremos a fazer tudo o que pudermos para ajudá-los a fazer isso”, disse Kirby a jornalistas, citado pelo jornal israelense Haaretz.
(Com informações da AFP)
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