CartaExpressa
EUA: Araújo diz que não se deve chamar ‘cidadãos de bem’ de ‘fascistas’
Chanceler ‘lamenta’ invasão de militantes pró-Trump ao Capitólio, mas defende questionamento de resultado eleitoral


Um dos ministros do governo Bolsonaro mais alinhados a Donald Trump, o chanceler Ernesto Araújo defendeu nas redes sociais apoiadores do presidente americano que contestam o resultado eleitoral.
Apesar de os partidários de Trump defenderem uma tese não-comprovada de fraude, Araújo afirmou que “cidadãos de bem” não deveriam ser chamados de “fascistas”. “O direito do povo de exigir o bom funcionamento de suas instituições é sagrado”, comentou.
O chanceler disse “lamentar e condenar” a invasão de militantes pró-Trump ao Capitólio, mas endossou as dúvidas quanto à legitimidade da vitória de Joe Biden na eleição. Araújo, no entanto, não apresentou quaisquer indícios de fraude.
“Há que reconhecer que grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral”, escreveu. E complementou: “Há que parar de chamar ‘fascistas’ a cidadãos de bem quando se manifestam contra elementos do sistema político ou integrantes das instituições”.
– Há que parar de chamar “fascistas” a cidadãos de bem quando se manifestam contra elementos do sistema político ou integrantes das instituições. Deslegitimar o povo na rua e nas redes só serve para manter estruturas de poder não democráticas e seus circuitos de interesse.
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) January 7, 2021
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.