Estão reeditando Hitler, diz ex-prefeito de Manaus sobre falta de oxigênio

"O especialista em mortes por asfixia era Adolf Hitler, e é isso que está acontecendo em Manaus." A frase é de Arthur Virgilio Neto (PSDB), ex-prefeito de Manaus, que vive o mais dramático momento de uma grave crise no enfrentamento da Covid-19. Vários hospitais da

O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (Foto: George Gianni/Divulgação)

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“O especialista em mortes por asfixia era Adolf Hitler, e é isso que está acontecendo em Manaus.” A frase é de Arthur Virgilio Neto (PSDB), ex-prefeito de Manaus, que vive o mais dramático momento de uma grave crise no enfrentamento da Covid-19. Vários hospitais da cidade enfrentam, já há alguns dias, a falta de cilindros de oxigênio.

A cidade, que viveu uma das piores primeiras ondas entre as capitais, vive agora um segundo colapso. Na quarta-feira 13, bateu pelo quarto dia consecutivo o recorde de sepultamentos diários: foram 198. Câmaras frigoríficas voltaram a ser usadas na capital para armazenar corpos.

Na rede pública, a demanda por oxigênio cresceu seis vezes. No hospital 28 de Agosto, morreram 28 pessoas por asfixia. O Getúlio Vargas, um dos maiores da cidade, tem material disponível para apenas algumas horas de atendimento.

Virgílio atribui culpa ao governo Wilson Lima (PSC). “Peço que a Câmara pense seriamente em um processo de impeachment do governador. Ele não tem o que oferecer a não ser desastre, morte, tragédia, falência”, completou o ex-prefeito a CartaCapital. No ano passado, foi investigada pela compra de respiradores em uma loja de vinhos, com preços superfaturados, pelo governo do Amazonas.

No final de dezembro, o governador Lima anunciou o fechamento do comércio não essencial por 15 dias. Centenas de pessoas foram às ruas para protestar contra a decisão. No dia seguinte, em 27 de dezembro, o governador recuou e liberou o funcionamento das lojas. Agora, diante da escassez de oxigênio, impôs um toque de recolher norturno e fechamento de todos os serviços não-essenciais.

 


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