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Ernesto Araújo sofre dura derrota no Senado

Nome indicado para assumir a delegação permanente do Brasil em Genebra, na Suíça, foi rejeitado pelos senadores

O chanceler do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo (Foto: Divulgação) O chanceler do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo (Foto: Divulgação)
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Em uma derrota para o governo Jair Bolsonaro e o chanceler Ernesto Araújo, o Senado rejeitou na terça-feira 15 a indicação do embaixador Fabio Mendes Marzano para ocupar a posição de delegado permanente do Brasil nas Nações Unidas, em Genebra, na Suíça. Esta é a primeira rejeição de um diplomata pelo plenário no atual governo, algo considerado raro.

A reprovação ocorreu por ampla margem, 37 votos contrários a 9 favoráveis, num sinal de fragilidade da base governista na Casa. Marzano havia sido aprovado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, em parecer do senador Fernando Collor de Mello (PROS-AL). O placar na comissão foi de 13 a 0, favorável ao embaixador. Porém, o diplomata indispôs-se com a senadora Kátia Abreu (Progressistas-TO) durante a sabatina.

A senadora ruralista quis saber a posição do embaixador sobre entraves ao Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia por causa do desgaste brasileiro frente ao descontrole na preservação ambiental e citou o protecionismo do agronegócio europeu. Ele, porém, recusou-se a comentar, sob o argumento de que o assunto escapava ao foco da delegação em Genebra.

Marzano alegou não ter “mandato” para falar, já que o tema não é atribuição de sua atual secretaria. A senadora, então, afirmou que a negativa “envergonhava o Itamaraty, o Senado e o Brasil”. Ela disse que o Itamaraty virou uma “casa dos terrores” em que os diplomatas são tolhidos de expressar opiniões. Ela indicou que trabalharia contra Marzano, embora já houvesse, naquele momento, votado a favor dele na comissão, o que não poderia ser desfeito.

Marzano é homem de confiança do chanceler Ernesto Araújo. Atualmente, é secretário de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania, respondendo, por exemplo, por assuntos de defesa, Nações Unidas, direitos humanos, assistência consular e pela pauta ambiental, motivo de atritos diplomáticos e geopolíticos do governo. Ele é considerado um diplomata muito religioso, católico, e articulado profissionalmente.

Formando no Instituto Militar de Engenharia (IME), é atual vice-presidente da Associação dos Diplomatas Brasileiros. Chefiou a assessoria de Assuntos Internacionais do Supremo Tribunal Federal. Desde 1989 no Ministério das Relações Exteriores, serviu na Espanha, no Peru, na Venezuela e nos Estados Unidos e na Delegação do Brasil junto à Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

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