CartaExpressa
Erika Hilton assume a liderança da bancada municipal do PSOL em São Paulo
Vereadora mais votada do País, ela será a primeira pessoa trans a ocupar a liderança parlamentar de um partido


A vereadora Erika Hilton assume, nesta segunda-feira 9, a liderança da bancada do PSOL na cidade de São Paulo. A parlamentar ocupará a posição até o fim de 2022 e será a primeira travesti a assumir a liderança de uma bancada de parlamentares no Brasil.
Erika Hilton foi a vereadora mais votada do Brasil em 2020, instaurou a primeira CPI contra violência trans do País e preside pelo segundo ano consecutivo a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de São Paulo. Segundo ela, os desafios da nova posição demonstram patamares inéditos para pessoas LGBT+ na política.
“Quando fui eleita, costumavam me perguntar se eu não achava que poderia queimar pontes com setores mais amplos. […] Através da nossa capacidade de articulação política ampla, conseguimos aprovar projetos importantes que beneficiam toda cidade, presidir uma Comissão e uma CPI, algo inédito para um partido ideológico, como o PSOL, e para pessoas trans de todo Brasil”, afirma a parlamentar.
Com a liderança, Erika pretende dar atenção ao grande número de projetos aprovados pelo atual prefeito de São Paulo Ricardo Nunes, como o aumento do IPTU em imóveis na periferia e a reforma na previdência municipal. “Temos o dever de não permitir que a boiada continue passando em São Paulo”, diz.
Nos oito meses restantes de 2022, a Câmara Municipal também deve discutir projetos voltados para a Revisão do Plano Diretor Municipal de São Paulo e dar andamento ao processo de cassação do vereador Camilo Cristófaro, após declarações racistas durante sessão.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.