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Equipe de Bolsonaro nos EUA custa R$ 432 mil e supera gasto anual de ex-presidentes
Gasto para manter assessores do ex-capitão nos Estados Unidos ainda irá crescer, já que não há data confirmada para o retorno dele ao Brasil


Desde que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) viajou para os Estados Unidos, no dia 30 de dezembro do ano passado, os gastos com as diárias da equipe de assessores que o acompanham já somam 432 mil reais e superam os valores que os ex-presidentes gastaram por ano para esse mesmo tipo de despesa. As informações são do jornal O Globo e foram reveladas nesta quinta-feira 23.
Segundo dados publicados pela Presidência da República, os últimos seis presidentes, somados, gastaram 502 mil reais com diárias de servidores em 2021. A estadia da equipe que acompanha Bolsonaro nos Estados Unidos custou, em apenas dois meses, 86% desse valor.
Por lei, ex-presidentes têm direito a manter oito assessores, custeados pela Presidência. As diárias pagas pela União cobrem, por exemplo, hospedagem, alimentação e deslocamento, para o caso de viagens.
O número é provisório, uma vez que o ex-presidente e a equipe continuam no país norte-americano, sem previsão de volta. A expectativa mais recente é de que o retorno dele ao Brasil ocorra em março, mas não há confirmação.
Segundo O Globo, outros gastos relacionados à viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos incluem 94,1 mil reais para “apoio de solo e comissária aérea” e 12,3 mil reais com diárias e seguro viagem dos servidores.
Há poucas semanas, uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo já havia mostrado como, no montante total, o custo para manter Bolsonaro nos EUA já se aproximava de 1 milhão de reais.
O valor, importante ainda registrar, coincide com o período de revelações dos gastos do cartão corporativo do ex-presidente. Até aqui, notas fiscais dão conta de uma vida de luxo mantida com dinheiro público. Há também suspeitas de caixa 2 e outras irregularidades nos gastos de Bolsonaro nos últimos 4 anos. O tema é alvo de apurações.
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