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Empreiteira acusada de utilizar empresa de fachada teve 70% de sua receita do orçamento secreto
As emendas de relatores destinaram 272,3 milhões; do valor, apenas 22 milhões tiveram seus autores identificados
A empreiteira Engefort, que tem vencido a maioria das concorrências de pavimentação promovidas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), teve o orçamento secreto como fonte de receita de 70% dos investimentos recebidos até agora. Dos R$ 396 milhões destinados à empresa, o segundo maior valor em 2021, R$ 272,3 milhões foram indicados via emenda de relator, formato no qual os autores das destinações do dinheiro público não são identificados. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com o jornal, entre o montante repassado à empresa, apenas 22 milhões tiveram seus autores identificados: o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP), o senador Angelo Coronel (PSD-BA), e os deputados Juscelino Filho (União-MA), Margarete Coelho (PP-PI). Alcolumbre foi o que garantiu o maior repasse, 14 milhões.
A empresa, com sede em Imperatriz, no Maranhão, é acusada de utilizar de uma empresa de fachada, em nome do irmão dos sócios, para vender as licitações do governo, isso quando não as disputa sozinha, conforme revelou denúncia da Folha de S. Paulo.
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