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Em Portugal e na Alemanha, a extrema-direita patina

Legendas xenófobas ficam longe de seus objetivos nas eleições

A principal candidata da AfD, Alice Weidel. Foto: AFP
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O diagnóstico de Covid-19 impediu que Eduardo Bolsonaro protagonizasse mais um vexame internacional. O deputado federal estaria em Lisboa na sexta-feira 24, vésperas das eleições municipais em Portugal, para dar uma força a André Ventura, do Chega.

Os dois assinariam, ao lado de Santiago Abascal, do espanhol Vox, a “Carta de Madrid”, uma denúncia dos “regimes totalitários de inspiração comunista” que ameaçam o mundo. Pausa para o silêncio de perplexidade. O factoide não passava de uma tentativa desesperada de Ventura de impedir o fiasco de seu movimento extremista. Não deu. No domingo 26, o Chega obteve 4,6% dos votos, bem abaixo dos 10% obtidos por Ventura na disputa presidencial do ano passado. Torna-se, de qualquer maneira, a quinta força do país, atrás dos tradicionais PS, que conquistou mais cidades, e PSD, vencedor em municípios importantes, entre eles Lisboa, dos comunistas da CDU e da direita tradicional do CDS, embora à frente do Bloco de Esquerda. “Uma vitória não total”, na interpretação do líder do Chega, ao justificar o resultado.

Na Alemanha, a AfD, de claro perfil neonazista, tende a perder 11 cadeiras no Parlamento. Os Verdes se consolidaram como a terceira força, com 118 deputados – uma má notícia para Bolsonaro, pois a legenda se opõe a um acordo União Europeia-Mercosul enquanto o Brasil não adotar uma política ambiental responsável. Quem governará o país nos próximos quatro anos será o SPD, partido de centro-esquerda.

O provável futuro chanceler Olaf Scholz foi ministro de Finanças de Angela Merkel e é um moderado (para muitos do SPD, moderado demais). A pequena vantagem eleitoral e a enorme fragmentação obrigarão a legenda a formar uma coalizão com ao menos outros dois partidos. Uma possibilidade é manter o arranjo atual, com uma pequena mudança de comando: o SPD lideraria a composição com a CDU de Merkel e os verdes. Outra, menos provável, seria uma aliança entre o centro-esquerda, os verdes e os liberais. Caso não consigam formar uma maioria, os sociais-democratas teriam de entregar aos democratas-cristãos a primazia de montar o governo.

 

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