O presidente Jair Bolsonaro usou parte considerável de sua transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira 6 para, mais uma vez, desestimular a vacinação de crianças contra a Covid-19. Ele também elevou o tom dos ataques contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que avalizou a imunização dessa faixa etária.
“A Anvisa virou um outro Poder no Brasil, é a dona da verdade em tudo. Inclusive já se fala na dose de reforço para crianças de 5 a 11 anos”, disse Bolsonaro na live.
Novamente, o presidente recorreu ao discurso antivacina e destacou a possibilidade de efeitos adversos nas crianças após a imunização. Entretanto, como explicou a CartaCapital o médico infectologista Marcos Boulos, “não há previsão alguma de reações graves associadas à aplicação da vacina em crianças”.
“As crianças recebem vacinas há muito tempo, desde o nascimento, e estamos diante de mais uma [vacina] de baixíssima toxicidade, que pode causar apenas sintomas brandos, como algum desconforto local, febre ou dor no corpo, exatamente como nos adultos – e que passa”, afirmou o especialista.
Mais cedo, Bolsonaro já havia adotado a retórica negacionista ao dizer, durante uma entrevista, que “a Anvisa, lamentavelmente, aprovou a vacina para crianças entre 5 e 11 anos”.
“A minha filha de 11 anos não será vacinada. Você tem que ler o que foi feito no Ministério da Saúde para decidir se vai vacinar o seu filho ou não”, disparou à TV Nova Nordeste. Como de praxe, Bolsonaro não apresentou evidências ao fazer insinuações contra a Anvisa.
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