Mais de 180 jornalistas da Folha de S. Paulo assinam uma carta aberta direcionada à secretaria de redação e ao conselho editorial do veículo. O texto rechaça o artigo do colunista Antonio Risério, intitulado “Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo”, publicado no dia 16 de janeiro.
Na manifestação, os profissionais rebatem a ideia central do artigo sobre racismo reverso e mostram descontentamento diante um padrão que, segundo eles, vem se repetindo no veículo nos últimos tempos.
“Em mais de uma ocasião recente, a Folha publicou artigos de opinião ou colunas que, amparados em falácias e distorções, negam ou relativizam o caráter estrutural do racismo na sociedade brasileira. Esses textos incendeiam de imediato as redes sociais, entrando para a lista de mais lidos no site. A seguir, réplicas e tréplicas surgem, multiplicando a audiência. A controvérsia então se estanca e morre, até que um novo episódio semelhante surja”, acrescentam em outra passagem, ao questionarem colunas anteriores assinadas por Leandro Narloch e Demétrio Magnoli.
Esses textos, afirma, minimizam a existência e a importância do racismo e seguem um ‘padrão nocivo’, que vai na contramão dos esforços para combatê-lo, inclusive, dentro do próprio jornal.
“A Folha não costuma publicar conteúdos que relativizam o Holocausto, nem dá voz a apologistas da ditadura, terraplanistas e representantes do movimento antivacina. Por que, então, a prática seria outra quando o tema é o racismo no Brasil?”
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