CartaExpressa
Em acordo inédito, casa noturna assinará carteira de profissionais do sexo em São Paulo
A medida foi firmada entre o MPT, o Ministério do Trabalho e uma boate no interior paulista


Um acordo inédito firmado pelo Ministério Público do Trabalho e pelo Ministério do Trabalho com uma boate em Itapira, no interior de São Paulo, comprovou vínculo empregatício e assegurou a assinatura da carteira de trabalho de três profissionais do sexo.
A negociação aconteceu após uma fiscalização conjunta do MPT com base em denúncias de condições análogas à escravidão. Na ocasião, segundo o órgão, “não foram identificadas situações de exploração sexual, tráfico de pessoas e trabalho escravo”. A fiscalização verificou, porém, que “as profissionais eram de fato empregadas que atuavam na informalidade”.
Os órgãos, então, sugeriram ao dono do estabelecimento a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta com objetivo de reconhecer o vínculo empregatício e registrar as mulheres como “profissionais do sexo”. A categoria está listada desde 2014 na Classificação Brasileira de Ocupação.
Esta é a primeira vez que uma fiscalização trabalhista efetiva um vínculo empregatício de trabalhadoras do sexo, segundo o MPT. Com o acordo, a boate também fica impedida de receber qualquer pessoa menor de 18 anos no estabelecimento, sob pena de multa de 2 mil reais.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

MPT recorre contra juiz que negou indenização a doméstica por entender que ela seria ‘da família’
Por Wendal Carmo
Gigante brasileira de tecnologia entra na mira do MPT por coação de funcionários
Por Wendal Carmo