O ex-presidente Lula defendeu, nesta terça-feira 12, instituir o ‘Dia do Revogaço’ para reverter de imediato projetos de lei do governo Bolsonaro que atentem contra os direitos indígenas.
“A gente não pode pode permitir que o que foi conquista da luta de vocês seja tirado por decreto, para dar direito àqueles que acham que tem que acabar com a nossa floresta e fauna”, declarou durante visita ao acampamento indígena Terra Livre, em Brasília, onde estão reunidos milhares de indígenas que seguem com protestos no Congresso Nacional contra o Projeto de Lei (PL) 191/2020, que autoriza mineração e garimpo em territórios tradicionais.
“Ninguém nesse país vai fazer qualquer coisa em terra indígena, sem que haja a concessão, a decisão, a concordância de vocês”, completou o ex-presidente.
No discurso, Lula também sugeriu a criação de um Ministério indígena em um possível futuro governo. “Eles falam que é necessário reduzir ministérios, mas o que eles não querem é que a sociedade esteja participando ativamente”, disse, em menção ao governo Bolsonaro.
Não é possível governar o país apenas dentro de uma sala no Palácio do Planalto. Para fazer uma política para os povos indígenas, é preciso visitar territórios e aldeias. E vamos precisar de um ministério dos povos indígenas, chefiado por um indígena, não um branco como eu.
— Lula (@LulaOficial) April 12, 2022
O ex-presidente anunciou que, caso eleito, quer que as populações indígenas participem da inauguração do programa do governo e que, em janeiro, participem de uma reunião para apresentar suas demandas. “Acredito que com a Perseu Abramo [fundação ligada ao PT] e vários partidos aliados poderemos fazer um programa extraordinário”, declarou. “Eu pretendo transformar janeiro no mês da construção das propostas do país que a gente vai reconstruir.”
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