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Em 20 minutos, Bolsonaro mente ao menos três vezes sobre a Covid-19
Além de desinformar sobre vacinas e mortes pela doença no País, o presidente voltou a defender o ‘tratamento precoce’
Em sua tradicional conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro mentiu ao menos três vezes em cerca de vinte minutos nesta segunda-feira 1 sobre a Covid-19.
Primeiro, Bolsonaro voltou a defender o chamado “tratamento precoce” contra a doença, baseado em medicamentos sem qualquer eficácia comprovada.
“Não tem efeito colateral. Esses de tratamento precoce, ivermectina, hidroxicloroquina, Annita, seja o que for… Não têm efeito colateral. Por que não tomar?”
Ao contrário do que repete Bolsonaro, porém, os medicamentos têm efeitos colaterais descritos em bula, inclusive. Cloroquina e a hidroxicloroquina, por exemplo, podem apresentar efeitos como distúrbios de visão, alterações cardiovasculares e neurológicas, cefaleia e fadiga.
O presidente também desinformou ao comentar sobre as vacinas. Disse Bolsonaro: “Alguns criticam, mas só podia comprar depois de a Anvisa autorizar. Não é comprar qualquer coisa que aparecer. Começou essas vacinas a serem certificadas pela Anvisa e estamos comprando.”
Em agosto do ano passado, o governo federal editou uma medida provisória em que liberava 1,9 bilhão de reais para comprar 100 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca. Mais recentemente, neste mês de fevereiro, a Saúde assinou contrato para a aquisição de 20 milhões de doses da indiana Covaxin, que ainda não teve o uso emergencial autorizado no Brasil.
Aos militantes no Alvorada, Bolsonaro ainda declarou que “o estado, por milhão de habitantes, que mais óbitos tem é São Paulo. E o que mais fez lockdown.” Ao contrário do que diz o presidente, no entanto, Amazonas é o estado com maior mortalidade proporcional por Covid-19: são 262 mortes por 100 mil habitantes, ante 129,6 em São Paulo.
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