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Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes no TSE, é detido na Itália

Ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Tagliaferro foi denunciado pela PGR depois de vazar mensagens envolvendo Moraes

Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes no TSE, é detido na Itália
Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes no TSE, é detido na Itália
Comissão de Segurança Pública (CSP) realiza audiência pública interativa para discutir os fatos descritos no relatório investigativo intitulado “Arquivos do 8 de Janeiro: por dentro da força-tarefa judicial secreta para prisões em massa”, publicado pela organização internacional Civilization Works. Ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro em pronunciamento via videoconferência. Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
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Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral, foi detido pela polícia da Itália nesta quarta-feira. A informação foi confirmada a CartaCapital pelo seu advogado, Eduardo Kuntz.

De acordo com a defesa, o perito teria sido conduzido a uma delegacia. “Em um primeiro momento, a polícia italiana o conduziu para uma delegacia para, aparentemente, aplicar uma cautelar de restrição de circulação. Mas sem maiores detalhes. Vamos tomar ciência da restrição. Mas será reconduzido para a casa dele”, afirmou o causídico.

Ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Tagliaferro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, violação de sigilo funcional, coação no curso do processo e obstrução de investigação envolvendo organização criminosa. Ele está na Itália há alguns meses.

Na avaliação do procurador-geral Paulo Gonet, o perito agiu contra a legitimidade do processo eleitoral brasileiro e atuou para prejudicar as investigações de atos antidemocráticos ao vazar mensagens relacionadas a Moraes. O ministro do Supremo chegou a pedir a extradição do ex-assessor, mas o pedido ainda não havia sido analisado até o final de agosto.

Durante um depoimento no Senado, em setembro, Tagliaferro afirmou não ter intenção de voltar ao Brasil por temer por sua vida. Além disso, acusou seu ex-chefe de determinar a produção de relatórios de monitoramento após supostos pedidos informais de “parceiros” e utilizar a assessoria para ajudar na investigação contra os golpistas presos em flagrante nos atos de 8 de Janeiro de 2023.

Em resposta, Moraes declarou que todos os procedimentos de investigação foram regulares. Sustentou ainda que a assessoria do TSE foi acionada para recolher dados e que estes foram repassados às autoridades competentes. “Os relatórios simplesmente descreviam as postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas as investigações de milícias digitais.”

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