Ex-presidente do Novo e ex-candidato à Presidência da República, o empresário João Amoêdo afirmou nesta segunda-feira 17 que o seu voto no ex-presidente Lula (PT) no segundo turno das eleições se deve ao “ao direito de ser oposição, de estar em um Estado Democrático de fato”.
“Chegamos a um momento em que a discussão nem é mais corrupção, mas sobre você ter o direito de ser oposição, de estar em um Estado Democrático de fato”, disse em entrevista à GloboNews. “Nessa visão, Bolsonaro me preocupa muito por todas as declarações que ele faz, inclusive, sobre o Supremo Tribunal Federal. Acho que ele é uma pessoa que se mostrou não só um péssimo gestor, mas muito autocrático.”
No último sábado 15, Amoêdo declarou publicamente seu voto no petista. “Bolsonaro tem atentado contra os poderes, cooptou o Legislativo com o orçamento secreto e vem testando essa ideia de aumentar os membros do Supremo para formar maioria. Apesar das discordâncias, serei obrigado a fazer algo que nunca fiz na vida, que é votar no PT”, defendeu, em entrevista à Folha.
Em reação ao apoio, a executiva nacional do Novo criticou a posição de Amoêdo e disse que o posicionamento “não representa o partido” e “vai contra tudo que defendemos”.
“A triste declaração constrange a instituição, que se mantém coerente com seus princípios e valores e reforça que Amoêdo não faz mais parte do corpo diretivo do partido desde março de 2020. […] Apoiar aqueles que aparelharam órgãos de Estado, corromperam nossa democracia e saquearam os cofres públicos é fazer oposição ao povo brasileiro”, afirmou a legenda.
Fundador do Novo, Amoêdo é um crítico das gestões petistas e disputou o Planalto nas eleições de 2018. Ele obteve 2,6 milhões de votos no primeiro turno. Neste ano, o empresário tentou ser candidato à Presidência pela sigla, mas foi preterido por Luiz Felipe D’Avila.
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