Senadores já falam abertamente em convocar militares para prestarem depoimento na CPI da Covid, que investiga as ações e omissões do governo federal durante a pandemia. Os alvos já foram definidos: ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.
Nesta terça-feira 13, o relator da Comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que é “fundamental” as convocações para o avanço dos trabalhos do colegiado.
Logo após, em conversa com CartaCapital, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) reforçou que os ministros têm o que explicar. O parlamentar, que é suplente da CPI, é autor de requerimento que pede a convocação de ambos.
“Eles estão inseridos na cadeia de comando e na tomada de decisões referentes à pandemia. De forma direta e indireta atuaram em todo esse processo”, diz o senador.
Para ele, os depoimentos de Braga Netto e de Ramos poderão ajudar a esclarecer se existia, no Ministério da Saúde, uma queda de braço entre o Centrão e os militares. “Parece claro que havia uma disputa pelo espaço político”.
Sobre a nota das Forças Armadas contra o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), Vieira trata como um reforço da ” necessidade de um trabalho consistente e articulado” por parte dos senadores e que “ninguém pode aceitar esse tipo de pressão ou questionamento quando se coloca uma possibilidade de predomínio da força e não da Constituição”.
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