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Dirceu afirma que novo pedido de condenação na Lava Jato é chantagem contra o STF
Peça do MPF se baseia em ‘fatos requentados’, segundo o ex-ministro


O ex-ministro José Dirceu classifica como uma “artimanha para pressionar e chantagear a Suprema Corte” a condenação contra ele pedida pelo Ministério Público Federal, na segunda-feira 8, por lavagem de dinheiro em um processo que nasceu na Operação Lava Jato. Neste caso, Dirceu é acusado de receber propina da Engevix e da UTC.
Segundo a denúncia do MPF, Dirceu teria influência sobre a Diretoria de Serviços da Petrobras e a propina seria resultado de acertos ilegais ligados a contratos da estatal. Seriam 900 mil reais pagos pela Engevix à Entrelinhas, que prestou serviços de comunicação a Dirceu, e 1,5 milhão pela UTC por meio de serviços de consultoria de uma empresa do ex-ministro.
Para Dirceu, no entanto, a peça do MPF se baseia em “fatos requentados”. No caso da Engevix, argumenta ele, “saltam à vista a pressa e o momento do pedido extemporâneo dos procuradores”. Já o trecho relacionado à UTC é “ainda mais esdrúxulo, uma vez que seus diretores depuseram negando qualquer relação com a Petrobrás ou com propina”.
De acordo com o ex-ministro, “já é hora de dar um basta naqueles que, acima da Lei e da Constituição, usaram e abusaram da luta contra a corrupção com fins e objetivos políticos e pessoais – por vaidade, busca do poder, exibicionismo e ascensão social, como hoje está escancarado nas trocas de mensagens entre os procuradores e o ex-juiz Sérgio Moro”.
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