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Desembargadora suspende inquérito que pode atingir Ricardo Barros
A investigação apura irregularidades na compra de medicamentos pelo Ministério da Saúde
A desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, suspendeu nesta sexta-feira 29 um inquérito da Polícia Federal que apura irregularidades na compra de medicamentos pelo Ministério da Saúde. Remédios que custaram cerca de 20 milhões de reais não foram entregues.
O caso está ligado à Operação Pés de Barro, que investiga fraudes na aquisição de medicamentos de alto custo pela Saúde entre 2016 e 2018, período em que o atual líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), chefiava a pasta, sob a gestão de Michel Temer.
O argumento da desembargadora para interromper o inquérito é o potencial da investigação de alcançar Barros, que tem foro privilegiado. Assim, a apuração permanecerá suspensa até que o TRF-1 julgue o caso e decida se o enviará ao Supremo Tribunal Federal. A decisão acolhe um pedido do empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos e da Global Saúde, envolvidas no episódio.
Em setembro, a Polícia Federal afirmou à Justiça Federal ter reunido elementos que comprovam ‘pressão’ de integrantes do Ministério da Saúde, durante a gestão de Barros, para o pagamento antecipado de quase 20 milhões de reais à Global Saúde.
Segundo a TV Globo, que teve acesso à representação da PF, há depoimentos de integrantes do ministério que atribuem a liberação de verba à cobrança de Barros e de integrantes de seu gabinete. Outros mencionam mudanças aplicadas em sua gestão para a compra de medicamentos de alto custo.
Na ocasião, Barros disse, em nota, que não é alvo de operação e que não se provará irregularidade durante sua gestão na Saúde. A Global Saúde, também em nota, criticou a operação.
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