A associação de povos africanos à falta de capacidade cognitiva pode custar caro ao deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). Na última sexta-feira 30, deputadas federais do PSOL apresentaram uma notícia-crime ao STF, para que Gayer seja investigado por racismo na Suprema Corte, e junto ao MPF, uma ação por danos morais coletivos.
Assinam os pedidos: Célia Xakriabá (MG), Taliria Petrone (RJ), Erika Hilton (SP) e Luciene Cavalcante (SP).
Durante a participação no podcast Três Irmãos, Gayer relacionou a existência de ditaduras no continente à falta de “capacidade cognitiva”.
“Aí você vai ver na África: quase todos os países lá são ditadores, quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter democracia você tem de ter um mínimo de capacidade cognitiva para entender entre o bom e o ruim, entre o certo e o ruim”,
E ainda disse que o Brasil, com Lula, estaria no mesmo caminho. “O Brasil tá desse jeito. O Lula chegou na presidência e o povo burro tá ‘êh, picanha e cerveja’”
Na conversa, um dos apresentadores, Rodrigo Tiorró, chegou a questionar a inteligência dos povos africanos: “O QI na África é de 72. Não dá para a gente esperar alguma coisa da nossa população”.
Para as parlamentares, Gayer usou da imunidade parlamentar para proferir declarações racistas.
O caso também é investigado pela Procuradoria-Geral da União que realiza um estudo sobre as medidas jurídicas cabíveis a respeito, a pedido do advogado-geral da União, Jorge Messias e da ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco.
Além disso, foi enviado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pela deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), um pedido de cassação de Gayer.
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