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Deputadas acionam MPF contra ex-PM que incentivou violação sexual de mulheres mortas
Além da violação ao cadáver, sugere a representação, Guedes também precisa responder por incitação ao crime
As deputadas federais Sâmia Bomfim (SP) e Fernanda Melchionna (RS), ambas do PSOL, pediram nesta quarta-feira à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, vinculada ao Ministério Público Federal, a abertura de uma investigação contra ex-policial militar Evandro Guedes por incentivar seus alunos a violar cadáveres de mulheres mortas.
Guedes é fundador da AlfaCon, empresa que oferece cursos preparatórios para concursos públicos. Em nota, a companhia disse que o ex-policial não integra sua equipe de funcionários, apesar dele ter sido visto em propagandas recentes da marca.
“Aí você está lá e vem uma menina do Pânico na TV morta. Meu irmão, com aquele ‘rabão’. E ela infartou de tanto tomar ‘bomba’ na porta do necrotério e tu levou lá para dentro”, disse ele na ocasião.
Duas da manhã, não tem ninguém. Você bota a mão. Quentinha ainda. O que você vai fazer? Vai deixar esfriar? Meu irmão, eu assumo o fumo de responder pelo crime, completou o ex-PM, fazendo referência ao crime de vilipêndio ao cadáver.
Na “aula”, o professor “ensina” diversas técnicas para o cometimento do crime, como posições de suporte do corpo, ou a utilização de um secador de cabelo para reaquecer o cadáver.
Ao final da gravação, o ex-PM ainda debocha da possível reação do pai da vítima ao descobrir o crime. “Mas a pena é desse ‘tamanhozinho’. Vale a pena responder”, afirma.
Para as parlamentares, as falar do PM aposentado são criminosas e merecem ser investigadas. Além da violação ao cadáver, sugerem as deputadas na representação, Guedes também precisa responder por incitação ao crime.
“Não é admissível que alguém que está na função de preparar futuros servidores públicos, ainda mais em carreiras tão sensíveis quanto aquelas ligadas à segurança pública, acredite ter o direito de se expressar nesses termos”, afirmam.
Após a repercussão do vídeo, o ex-policial contemporizou a gravação, dizendo se tratar “de uma aula de direito penal” e afirmando que a narrativa consistia em uma ficção jurídica.
Guedes é próximo à família Bolsonaro. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), aparecem em vídeos ao lado do ex-policial nas redes sociais.
“Não bastasse a natureza torpe e violadora de direitos por si, os atos estimulados pelo senhor Evandro Guedes constituem crime, conforme prescreve o Código Penal”, acrescentam as deputadas federais no documento.
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