Os depoimentos dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, na CPI da Covid, apontam para o presidente Jair Bolsonaro como o maior responsável pela crise sanitária que o Brasil enfrenta.
A avaliação é do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que cita o investimento em cloroquina e o desestímulo às medidas de restrição como exemplos da política adotada pelo governo federal na pandemia.
“Os depoimentos foram positivos, no sentido de delimitar a cadeia de comando, apontando o presidente Bolsonaro como diretamente responsável por escolhas como o investimento em cloroquina e o desestímulo às medidas de restrição destinadas a reduzir a circulação do vírus, mesmo alertado sobre os riscos dessas escolhas que contrariam as evidências científicas disponíveis”, disse o senador em conversa com CartaCapital.
Nesta quinta-feira 6, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, vão depor à Comissão que investiga as ações e omissões da gestão de Bolsonaro na pandemia.
Ontem, o senadores aprovaram as convocações do ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten e do ex-chanceler Ernesto Araújo.
Os membros da Comissão ainda avalizaram os depoimentos do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e da presidenta da Fiocruz, Nísia Trindade.
Na terça-feira 11, serão ouvidos Wajngarten e representantes da farmacêutica norte-americana Pfizer. Na quarta-feira 12, será a vez de Covas e Trindade. Um dia depois, os senadores receberão Ernesto Araújo e Fernando de Castro, representante da União Química.
No caso de Wajngarten, os parlamentares esperam obter esclarecimentos sobre as negociações com a Pfizer para a compra de vacinas. Em recente entrevista à revista Veja, o ex-secretário apontou “incompetência” do Ministério da Saúde nas tratativas.
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