O ex-procurador do Ministério Público Federal Deltan Dallagnol publicou um vídeo nas redes sociais em que diz ter recebido uma notificação do Tribunal de Contas da União com a cobrança de 2,8 milhões de reais. O valor se refere a passagens, diárias e outros gastos de servidores que atuaram na força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
Ao se defender, Deltan criticou o que chama de “sistema” e tentou justificar os gastos do MPF com o grupo de procuradores na capital paranaense. “Como qualquer empresa paga, foram pagas passagens aéreas para essas pessoas virem trabalhar, dinheiro para eles pagarem hotel, alimentação, como qualquer empresa pagaria.”
Deltan disse na gravação que o ofício trazia a assinatura do ministro Bruno Dantas, a quem acusou de ser “apadrinhado” do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Também afirmou que recorrerá à primeira instância para não pagar os quase 3 milhões de reais.
Em abril, o processo que investiga as diárias milionárias pagas a procuradores da Lava Jato subiu mais um degrau no TCU. Por decisão unânime da 2ª Câmara da Corte, foi instaurada uma tomada de contas especial, procedimento que aprofundará as apurações e indicará os responsáveis.
Dantas já havia concluído que o modelo adotado pela força-tarefa, que não removeu os procuradores para Curitiba, fez com que esses membros gastassem com diárias e passagens em todos os deslocamentos. Assim, a escolha representou muito mais custos do que significaria a realocação dos participantes.
O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot também foi citado na tomada de contas especial.
Mais um ABSURDO: O TCU quer ME PUNIR por COMBATER A CORRUPÇÃO! pic.twitter.com/016IkfkNcA
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) May 24, 2022
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