O delegado Carlos Alberto da Cunha, conhecido como Da Cunha, admitiu durante live transmitida na noite da quarta-feira 22 pelo Youtube e pelo Instagram que encenou a invasão de um cativeiro e a interrupção de um sequestro na favela do Nhocuné, zona leste de São Paulo, em julho de 2020.
“Foi uma decisão minha, no momento. A ‘cana’ [prisão] foi dada, eu que quis novamente registrar a cana. Isso acontece muito em inquérito de homicídios, numa série de inquéritos. Eu queria, o que nós queríamos, é que a população do Brasil entendesse o que é um tribunal do crime”, disse o delegado, que está afastado do cargo desde julho.
A simulação foi registrada em vídeo e distribuída a emissoras de TVs, além de ter sido veiculada nas redes sociais de Da Cunha. Segundo ele, a intenção era fazer ‘uma reprodução simulada dos fatos’, o que não agradou aos seguidores de seu canal, que reagiram com críticas.
A suposta operação, veiculada em tempo real pelo policial, foi colada em xeque após o jornal Folha de S. Paulo publicar uma reportagem a partir de depoimentos prestados ao Ministério Público de São Paulo. Eles apontaram que o delegado afastado decidiu devolver a vítima ao poder do sequestrador para que a ação fosse filmada, como se tivesse sido Da Cunha o responsável pela prisão.
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