CartaExpressa
Defendida por Bolsonaro, anistia a golpistas do 8 de Janeiro já tramita no Senado
Hamilton Mourão busca livrar os envolvidos de punição pelos crimes de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu no domingo 25, durante um ato em São Paulo, uma anistia aos presos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023. Ele se referiu aos participantes da invasão e da depredação das sedes dos Três Poderes como “pobres coitados”. No Senado, já tramita uma proposta com esse objetivo.
Em outubro de 2023, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente, protocolou um projeto de lei a prever anistia a todos os que forem acusados ou condenados pelos crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, no contexto dos atos de 8 de Janeiro.
Atualmente, o texto está na Comissão de Defesa da Democracia, sob a relatoria do senador Humberto Costa (PT-PE). O petista ainda não emitiu um parecer.
Na justificativa do PL, Mourão alega que “os órgãos de persecução penal não têm conseguido individualizar as condutas praticadas por cada um dos manifestantes” e que “é inconcebível que sejam acusados e condenados indistintamente por crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”.
Se o projeto prosperar, os golpistas terão de responder apenas por crimes como deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

‘Uma coisa é colocar gente na rua, outra é ganhar eleição’
Por Leonardo Miazzo
A mobilização nas ruas não muda a situação de Bolsonaro
Por Josué Medeiros
Jorge Seif gastou R$ 32 mil do Senado para acompanhar ato de Bolsonaro
Por CartaCapital