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Declaração final de cúpula do Mercosul cita ‘desapontamento’ com decisão da UE que adiou acordo
Os presidentes de Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai assinam o documento
O Mercosul, em sua declaração final após a 67ª reunião de cúpula, realizada em Foz do Iguaçu (PR) neste sábado 20, expressou ‘desapontamento’ com a decisão da União Europeia de atrasar a assinatura de um acordo comercial entre os blocos.
O documento é assinado pelos presidentes Lula (Brasil), Javier Milei (Argentina), Santiago Peña (Paraguai) e Yamandú Orsi (Uruguai). A Bolívia também é representada no comunicado com o ministro das Relações Exteriores, Fernando Carrasco.
Segundo o comunicado, os presidentes que representam o bloco, durante a reunião, “expressaram desapontamento com a não assinatura do Acordo de Parceria Mercosul-União Europeia, como previsto para a ocasião”. O comunicado conjunto diz que a causa do adiamento foi a “falta de consenso político sobre o Acordo nas instâncias comunitárias europeias”.
A previsão do bloco europeu é finalizar as formalidades até o dia 12 de janeiro, quando pretende, enfim, assinar o tratado comercial. Diante da previsão, os presidentes disseram estar confiantes na finalização da discussão.
Ainda sobre o acordo, o comunicado final diz que ele “é resultado de um equilíbrio cuidadosamente alcançado após 26 anos de negociações e que sua assinatura daria uma sinalização positiva ao mundo na atual conjuntura internacional, fortalecendo a integração entre os dois blocos”.
Mais cedo, ao passar a presidência do Mercosul ao Paraguai, Lula alfinetou europeus e disse ter faltado ‘coragem’ e ‘vontade política’ para assinar a parceria. Na véspera, o Mercosul já havia mandado um recado mais duro à UE, em que diz que não aguardará indefinidamente o bloco.
Leia a íntegra da declaração final:
comunicado-ep-final-ptO documento publicado neste sábado não cita a crise na Venezuela. Mais cedo, Lula e Milei apresentaram posições opostas sobre a crise no país. O brasileiro alertou para uma possível ‘catástrofe’ causada pela interferência dos Estados Unidos na região, enquanto o argentino defendeu as ações norte-americanas.
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