CartaExpressa

Dados de beneficiários do Auxílio Brasil foram usados para vender consignados, revela site

Cerca de 4 milhões de pessoas de 21 estados tiveram dados pessoais detalhados expostos a bancos

Dados de beneficiários do Auxílio Brasil foram usados para vender consignados, revela site
Dados de beneficiários do Auxílio Brasil foram usados para vender consignados, revela site
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Apoie Siga-nos no

Os dados pessoais de 4 milhões de beneficiários do Auxílio Brasil foram compartilhados com bancos consignados, revelam os documentos do site Brazilian Report publicados nesta segunda-feira 24. 

O site teve acesso às planilhas com os documentos dos beneficiários, a partir de um funcionário de banco consignado. 

As informações que as empresas tiveram acesso incluem: o número NIS, CPF, endereço completo, quanto o beneficiário recebe por mês, além de constar detalhes do registro na Caixa Econômica Federal e no Sistema Único de Saúde.

Estes dados estariam sendo usados desde junho para prospecção de contratos e conseguir fechar vendas com mais garantia. O uso dos dados sem autorização é vedado pela Lei Geral de Proteção de Dados. 

Ao que indica, a medida foi impulsionada por mais um dos ‘pacotes das bondades’ do governo federal durante as eleições. 

Isto porque, a Caixa Econômica Federal começou a oferecer crédito consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil a partir de 11 de outubro. Desde então o programa tem tido problemas técnicos, e até mesmo, pedidos do Tribunal de Contas da União para a suspensão, por entender que a ação pode “inferir politicamente nas contas presidenciais”.  

Em entrevista ao site, Ione Amorim, representante do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, aponta a gravidade da situação e registra a necessidade de investigação do caso. 

“Se os dados de quase 4 milhões de brasileiros estão com um único correspondente bancário, são legítimos que estão circulando sem qualquer proteção e podem resultar em fraudes, golpes e uso eleitoral”, afirma. 

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo