O presidente Lula (PT), em discurso no segundo dia de reuniões dos Brics, pediu um esforço concentrado do bloco para se chegar a um cessar-fogo na Ucrânia. A declaração do brasileiro foi seguida pelo discurso do presidente russo Vladimir Putin, que optou por ‘justificar a guerra’ que trava com o país vizinho.
“Todos sofrem as consequências da guerra. As populações mais vulneráveis, em desenvolvimento, são atingidas proporcionalmente. A guerra na Ucrânia evidencia as limitações do Conselho de Segurança. Muitos outros conflitos e crises estão por vir”, iniciou Lula nesta quarta-feira 23.
Antes de pedir o esforço pela paz na região, Lula ainda fez críticas à retomada da ‘mentalidade obsoleta da Guerra Fria’, classificada por ele como uma ‘insensatez’.
“Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz, tampouco podemos ficar indiferentes às mortes e à destruição que aumentam a cada dia. O Brasil não contempla fórmulas unilaterais para a paz. Estamos prontos para nos juntar a um esforço que possa efetivamente contribuir para um pronto cessar-fogo e uma paz justa e duradoura”, completou sobre a guerra.
Minutos depois, Lula ouviu de Putin a sua versão sobre o conflito. O russo, diante dos Brics, alegou estar apenas dando uma resposta a uma guerra iniciada pelo Ocidente. Ele participou do evento de forma remota, já que há um mandado de prisão em aberto contra ele, expedido pelo Tribunal Penal Internacional. Se fosse à África, poderia ser detido.
“Nossas ações na Ucrânia são apenas uma coisa: colocar um fim na guerra lançada pelo Ocidente no Donbass”, disse Putin, logo no início do pronunciamento.
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