CartaExpressa

Cúpula dos Brics: Lula pede ‘esforço pelo cessar-fogo’ na Ucrânia e ouve justificativa de Putin para guerra

Discurso do presidente russo na África do Sul ocorreu de forma remota e logo na sequência das declarações do brasileiro

Cúpula dos Brics: Lula pede ‘esforço pelo cessar-fogo’ na Ucrânia e ouve justificativa de Putin para guerra
Cúpula dos Brics: Lula pede ‘esforço pelo cessar-fogo’ na Ucrânia e ouve justificativa de Putin para guerra
Foto: GIANLUIGI GUERCIA / POOL / AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente Lula (PT), em discurso no segundo dia de reuniões dos Brics, pediu um esforço concentrado do bloco para se chegar a um cessar-fogo na Ucrânia. A declaração do brasileiro foi seguida pelo discurso do presidente russo Vladimir Putin, que optou por ‘justificar a guerra’ que trava com o país vizinho.

“Todos sofrem as consequências da guerra. As populações mais vulneráveis, em desenvolvimento, são atingidas proporcionalmente. A guerra na Ucrânia evidencia as limitações do Conselho de Segurança. Muitos outros conflitos e crises estão por vir”, iniciou Lula nesta quarta-feira 23.

Antes de pedir o esforço pela paz na região, Lula ainda fez críticas à retomada da ‘mentalidade obsoleta da Guerra Fria’, classificada por ele como uma ‘insensatez’.

“Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz, tampouco podemos ficar indiferentes às mortes e à destruição que aumentam a cada dia. O Brasil não contempla fórmulas unilaterais para a paz. Estamos prontos para nos juntar a um esforço que possa efetivamente contribuir para um pronto cessar-fogo e uma paz justa e duradoura”, completou sobre a guerra.

Putin durante sua participação online na Cúpula dos Brics.
Foto: Mikhail KLIMENTYEV / POOL / AFP

Minutos depois, Lula ouviu de Putin a sua versão sobre o conflito. O russo, diante dos Brics, alegou estar apenas dando uma resposta a uma guerra iniciada pelo Ocidente. Ele participou do evento de forma remota, já que há um mandado de prisão em aberto contra ele, expedido pelo Tribunal Penal Internacional. Se fosse à África, poderia ser detido.

“Nossas ações na Ucrânia são apenas uma coisa: colocar um fim na guerra lançada pelo Ocidente no Donbass”, disse Putin, logo no início do pronunciamento.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo