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CPI do Crime Organizado do Senado deve ser instalada na semana que vem
O colegiado também deve apurar o envolvimento de agentes públicos com o crime organizado e falhas nas políticas de segurança
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) anunciou nesta quarta-feira 29 que a Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar o crime organizado no Brasil será instalada na próxima terça-feira 3. Isso ocorre um dia após a megaoperação policial no Rio de Janeiro contra líderes do Comando Vermelho que deixou centenas de mortos nos complexos do Alemão e da Penha.
A intenção do emedebista, que é ex-delegado e autor do requerimento da CPI, é investigar o modus operandi das facções criminosas e propor soluções de combate ao crime organizado.
O colegiado também deve apurar o envolvimento de agentes públicos com o crime organizado e falhas nas políticas de segurança. “Planos para assassinar mais autoridades em SP, guerra urbana com dezenas de mortos em 24h no RJ, avanço das facções no NO e NE, tudo consequência de décadas de abandono pelo poder público, corrupção e incompetência”, disse o senador.
A operação no Rio, mencionada por Vieira, foi a mais letal da história do estado. Em publicação nas redes sociais, o parlamentar pontuou que a criação da CPI “não é uma pauta eleitoreira”, mas uma resposta à escalada de violência.
“Essa tragédia tem solução, como mostram exemplos dentro e fora do Brasil, mas a construção de caminhos vai exigir coragem, conhecimento técnico, espírito público e união de esforços entre municípios, Estados, União e sociedade civil. Não é pauta eleitoreira, é urgência nacional”.
A CPI terá 11 integrantes titulares e sete suplentes. O prazo de funcionamento será de 120 dias com limite de despesas de funcionamento estimadas em 30 mil reais. Vieira afirmou à reportagem que pleiteará a relatoria da comissão.
Em nota à imprensa, o presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP) afirmou ser o momento de enfrentar “grupos criminosos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro, assegurando a proteção da população diante da violência que ameaça o País”.
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