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CPI derruba o sigilo do celular de Dominguetti, que denunciou pedido de propina em vacinas
O aparelho, que foi apreendido após o PM tentar envolver o deputado Luis Miranda (DEM-DF), passou por perícia
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), retirou nesta terça-feira 6 o sigilo de mensagens e de outros conteúdos do celular do policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que confirmou à comissão ter recebido um pedido de propina em uma negociação de vacinas com o Ministério da Saúde.
A decisão de Aziz foi tomada após a apresentação de uma questão de ordem do senador Rogério Carvalho (PT-SE), titular da CPI. O celular de Dominguetti foi retido pela comissão na quinta-feira 1, durante o depoimento prestado pelo PM.
Os senadores optaram por apreender o aparelho e encaminhá-lo para perícia após Dominguetti reproduzir um áudio em que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) negociaria a compra de vacinas com a Davati, empresa supostamente representada por Dominguetti. Miranda, no entanto, diz que o áudio é antigo – de outubro de 2020 – e se refere a uma compra de luvas.
Luiz Paulo Dominguetti foi convocado pela CPI a depor após afirmar, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que recebeu pedido de propina de 1 dólar por dose de vacina, em negociação com o Ministério da Saúde. Segundo ele, o então o diretor de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias, cobrou a propina em um encontro em um shopping de Brasília em 25 de fevereiro.
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