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Coronel flagrado em trama golpista diz que terrorismo em Brasília após mensagens com Cid foi ‘coincidência’

Jean Lawand Junior alegou também ‘não ser ninguém na fila do pão’ para conseguir tirar um golpe de Estado do papel

Depoimento Coronel do Exército. Coronel do Exército, Jean Lawand Junior. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
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O coronel Jean Lawand Junior disse à CPMI do 8 de Janeiro, em depoimento tomado na manhã desta terça-feira 27, que os atos terroristas em Brasília, registrados em dezembro de 2022 e janeiro de 2023 por bolsonaristas, não tinham relações com o plano de golpe discutido em mensagens trocadas entre ele e Mauro Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

Aos parlamentares, o militar alegou reiteradamente que a violência registrada na capital federal na esteira das discussões entre ele e Cid seriam apenas ‘coincidência’. A participação popular no golpe era um dos elementos citados no passo a passo da ruptura apreendido no celular de Cid. O próprio Lawand, importante registrar, chegou a afirmar que ‘teria que ser pelo povo’ após a ordem não ser dada por Bolsonaro.

A alegação causou revolta nos parlamentares. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da comissão, alegou, por exemplo, que o coronel, ao fazer a afirmação, estaria infantilizando os integrantes da CPMI. O deputado Rafael Brito (MDB-AL) disse ao coronel que o argumento ‘esgarçaria a inteligência’ dos parlamentares.

Ao longo dos primeiros questionamentos, Lawand não negou a troca de mensagens, mas disse que, diferentemente do que parece, ele não teria pedido um golpe de Estado ou incentivado a desobediência entre os militares. O teor da conversa, alegou, eram apenas lamentos pessoais. As mensagens apreendidas pela PF, porém, indicam o contrário.

Entre os argumentos usados para defender sua tese, Lawand citou uma entrevista do general Hamilton Mourão, hoje senador, que diz que o coronel não seria ‘ninguém na fila do pão’ para tirar um golpe do papel. Ele repetiu a afirmação em diversas ocasiões. Os argumentos também não foram bem recebidos entre os integrantes governistas da comissão.

“Vai precisar melhorar um pouco seus argumentos para se defender melhor das acusações. Está muito claro que o senhor era partícipe de toda essa tramoia que dada a falta de confiança de Bolsonaro no Alto Comando não teve como ser colocada em vigor”, concluiu Brito durante a inquirição.

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