Um médico de Manaus que atua no Hospital Getúlio Vargas – um dos que sofreram com a falta de oxigênio aos pacientes na quarta-feira 14 -, gravou um relato em suas redes sociais sobre a batalha dos profissionais de saúde para salvarem os pacientes.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Anfremon Neto, coordenador da UTI do Hospital Getúlio Vargas, crava: “se preparem para a segunda onda”
“Ela [a segunda onda] é devastadora, ela aniquila. Tá muito diferente. Tem doentes que pioram já no quinto ou sexto dia, e aquele limite de 15 dias que a gente tinha antes, não mais.”, diz. “Foi um momento desesperador. Tinha muita gente chorando porque os pacientes morriam e você não tinha o que fazer”, diz Neto.
Eleitor do governo de Jair Bolsonaro em 2018, ele condenou as alegações do presidente que faltou ao manauaras “tratamento precoce” com medicamentos sem eficácia comprovada para controlar a doença.
“Acho que tenho direito de criticar quem eu ajudei a colocar. Nosso governo, infelizmente, tem sido negacionista em relação a pandemia, relativiza tudo, banaliza tudo. A última foi dizer que o que está acontecendo aqui em Manaus é porque a gente não faz tratamento precoce. P*rra gente. Sacanagem, sacanagem com a gente, profissional da saúde, que trabalha e tá ali todo dia.”, diz.
Segundo o relato, Neto muitos dos pacientes internados nas UTIs fizeram os “tratamentos precoces”, que não os impediram de estarem em uma situação complicada em relação a doença.
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