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Consórcio Nordeste suspende a importação da Sputnik V e critica limitações impostas pela Anvisa
‘Temos vacinas disponíveis, mas impedidas de entrar no Brasil’, disse o governador do Piauí, Wellington Dias


O Consórcio Nordeste decidiu nesta quinta-feira 5 suspender a importação de 37 milhões de doses da Sputnik V. O que motivou o recuo, segundo o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), foram as restrições impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e a decisão do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de não incluir a vacina russa no Plano Nacional de Imunização.
Dias se reuniu nesta manhã com representantes do Fundo Soberano Russo, responsável pelas tratativas sobre o imunizante.
“É lamentável, o Brasil vive uma situação com alta mortalidade, mais de mil óbitos por dia. Temos vacinas disponíveis, mas impedidas de entrar no Brasil devido a uma decisão da Anvisa que faz uma alteração no padrão de teste, junto com a não inclusão pelo Ministério da Saúde no plano nacional de vacinação e a falta da licença de importação. Tivemos a suspensão da entrega da vacina até que se tenha uma autorização do uso da Sputnik no Brasil”, afirmou Dias.
Em nota, o Consórcio Nordeste declara que “a suspensão da compra acontece em meio a divergências nos padrões de testes exigidos pela Anvisa que não foram solicitadas para imunizantes de outros laboratórios”. Segundo o consórcio, o Fundo Soberano Russo informou que as doses que seriam destinadas ao Brasil serão enviadas para México, Argentina e Bolívia.
Em junho, a Anvisa avalizou a importação excepcional da Sputnik V com diversas limitações. Foram autorizados quantitativos reduzidos de doses para vacinação de 1% da população de cada um dos estados que pediram a liberação.
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