O presidente Jair Bolsonaro passou mais de uma hora desta sexta-feira 10 no cercadinho do Palácio da Alvorada, em contato com seus apoiadores. Por outro lado, sua agenda oficial trazia apenas um compromisso no dia: uma reunião com o subchefe para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência, Pedro Cesar Sousa, entre 15h e 15h30.
No fim da tarde, foram quase 35 minutos de interação com bolsonaristas na porta do Alvorada. Bolsonaro praticamente não falou e, na maior parte do tempo, limitou-se a posar para fotografias.
Ao ser questionado sobre a carta em que recua das ameaças golpistas ao Supremo Tribunal Federal, disse que “quem não concordou eu pediria para ler a nota, não deixar que a televisão comente a nota para ela”.
Pela manhã, também no cercadinho, o presidente gastou cerca de trinta minutos na tentativa de minimizar o recuo e justificar a nota escrita por Michel Temer. Segundo Bolsonaro, o texto foi uma tentativa de conter a alta no dólar e a queda na Bolsa de Valores, observadas após os ataques do Dia da Independência. Para ele, o conteúdo publicado ‘foi um acerto’.
“Entendam, a gente vai acertando”, afirmou. “A gente tá ganhando. Se o dólar dispara influencia no combustível, no gás de cozinha”.
O ex-capitão ainda rebateu as críticas feitas por apoiadores que se decepcionaram com o recuo.
“Cada um fala o que quiser, mas o cara não lê a nota e reclama. Leia a nota. É bem curtinha, leia duas, três vezes. São dez pequenos itens, entenda”, declarou Bolsonaro, em tom de cobrança aos aliados.
Na conversa pela manhã, também elogiou a participação dos bolsonaristas nos atos antidemocráticos do 7 de Setembro e se esquivou da cobrança por ‘novas atitudes’.
“O retrato está no mundo todo e aqui em Brasília. Todo mundo viu o que está acontecendo. Alguns querem imediatismo, mas se você namorar e casar em uma semana, vai dar errado seu casamento”, finalizou.
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