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CNI fez lobby para Eduardo virar embaixador nos EUA: ‘Reúne as qualificações necessárias’

O deputado de extrema-direita demonstrava ter, na avaliação da Indústria, ‘um perfil político apropriado para estreitar as relações entre o Brasil e os EUA’

CNI fez lobby para Eduardo virar embaixador nos EUA: ‘Reúne as qualificações necessárias’
CNI fez lobby para Eduardo virar embaixador nos EUA: ‘Reúne as qualificações necessárias’
Eduardo Bolsonaro quase foi alçado à embaixada em Washington. Foto: Paola de Orte/Agência Brasil
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A Confederação Nacional da Indústria defendeu a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a embaixada do Brasil em Washington, em 2019, conforme documento revelado nesta quarta-feira 6 pelo jornalista Jamil Chade, do UOL.

Uma carta assinada pelo presidente da CNI, Robson Braga Andrade, e dirigida ao então presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmava que o filho de Jair Bolsonaro “reúne as qualificações necessárias para assumir esse relevante posto diplomático, o que certamente será demonstrado na sabatina na comissão de Relações Exteriores do Senado”.

O parlamentar de extrema-direita demonstrava ter, na avaliação da CNI, “um perfil político apropriado para estreitar as relações entre o Brasil e os EUA”. A entidade destacava, por exemplo, a proximidade entre Eduardo e o então presidente norte-americano, Donald Trump, o que poderia facilitar “as transações comerciais, a atração de investimentos provados e a assinatura de acordos bilaterais em a áreas de grande interesse nacional, como infraestrutura, inovação, tecnologia e defesa”.

Em julho de 2019, Jair Bolsonaro anunciou pela primeira vez a intenção de nomear o filho para a embaixada. Nos meses seguintes, Eduardo encontrou forte resistência no Senado, que teria de aprovar a indicação.

Em outubro daquele ano, o deputado oficializou no plenário na Câmara a desistência de ocupar o posto de embaixador. “Seria um papel a ser desempenhado, mas aqui no Brasil também eu acho que tenho um papel tão importante quanto ou talvez mais”, afirmou na ocasião.

Ao UOL, a CNI confirmou a autenticidade do documento e admitiu que não havia revelado publicamente o apoio a Eduardo Bolsonaro.

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