Manter a atual postura de ataques contra o ex-presidente Lula (PT) não é a estratégia mais frutífera para o provável candidato do PDT à a Presidência, Ciro Gomes. Esta é a avaliação do cientista político Claudio Couto, coordenador do Mestrado em Gestão e Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas.
Em entrevista ao canal de CartaCapital no YouTube, o especialista analisou os caminhos que se apresentam para as eleições de 2022.
“Essa estratégia dele [Ciro], no meu entendimento, é pouco provável que seja tão frutífera. Porque, ao bater no Lula da maneira como está batendo, de forma muito violenta, aliena uma boa parte do eleitorado mais à esquerda, que vai ficar com ‘birra'”, avalia Couto. “Quando ele dobra a aposta, me parece que a alienação desses setores em relação à candidatura do Ciro aumenta. E tenho dúvidas de que o Ciro vai conseguir conquistar o coração de uma parte desses eleitores mais à direita, sobretudo os de centro-direita e direita”.
Segundo Couto, esses eleitores “podem muito mais facilmente ser convencidos por alguém de um perfil mais propriamente à direita ou de um centro tradicional, uma figura do tipo Mandetta”. O ex-ministro da Saúde, filiado ao DEM, é apontado como possível postulante ao Planalto.
Diante desse quadro, analisa o cientista político, a ofensiva contra Lula pode render alguns votos para Ciro, mas não em número suficiente para torná-lo competitivo a ponto de desafiar os que, neste momento, se apresentam como favoritos: o próprio Lula e o presidente Jair Bolsonaro.
“De repente chega nos 10, 12%, mas acho pouco provável que ele vá muito além disso”, afirma Claudio Couto.
Assista à íntegra da entrevista:
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