CartaExpressa
China proíbe todas as importações de produtos avícolas do Brasil
Gigante asiático fecha mercado por conta de casos de gripe aviária


A China proibiu todas as importações de produtos avícolas do Brasil após a detecção de gripe aviária no Rio Grande do Sul.
A agência aduaneira do gigante asiático confirmou a restrição em comunicado publicado na noite da última sexta-feira 30. Até resíduos orgânicos de navios vindos do Brasil passaram a exigir desinfestação obrigatória.
O Brasil controla aproximadamente um terço das exportações globais de frango, destinando mais de 10% dessa produção ao mercado asiático. Em 2024, o comércio bilateral desses produtos atingiu cerca de 1,5 bilhão de dólares, segundo dados oficiais.
Para a China, maior comprador individual da proteína brasileira, a medida representa uma ruptura importante em sua cadeia de suprimentos alimentares.
A medida decorre de um caso de gripe aviária identificado em Montenegro, município gaúcho onde foi confirmado o primeiro caso de influenza aviária altamente patogênica em estabelecimento comercial brasileiro. O episódio desencadeou uma série de restrições internacionais aos produtos brasileiros.
Inicialmente, o próprio Brasil adotou medidas preventivas, suspendendo embarques para China e União Europeia por 60 dias. A estratégia visava demonstrar responsabilidade sanitária e evitar embargos mais amplos por parte dos importadores.
Agora, Pequim intensificou a proibição, optando por uma restrição completa ao seu mercado.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.