CartaExpressa

CCJ adia votação do Marco Temporal no Senado

Comissão tenta pautar a votação antes da decisão sobre o mesmo tema no Supremo Tribunal Federal, mas pedido de vista pode inviabilizar manobra

CCJ adia votação do Marco Temporal no Senado
CCJ adia votação do Marco Temporal no Senado
Joédson Alves/Agência Brasil
Apoie Siga-nos no

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado adiou para a próxima quarta-feira 27 a votação do relatório do Marco Temporal, produzido pelo senador Marcos Rogério (PL). A decisão ocorre após um pedido de vista conjunta acolhido pelo presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União).

Senadores da ala governistas solicitaram uma audiência pública na próxima terça-feira 26 para debater o tema com a sociedade civil, mas pedido foi rejeitado em votação,

Em julgamento simultâneo no Supremo Tribunal Federal, o PL 490/2007 define que só terão direito a demarcação os indígenas que ocupassem o território em 5 de outubro de 1988, data em que foi promulgada a Constituição Federal.

A tentativa de aprovar a tese do Marco Temporal pelo Senado, a partir do relatório de Rogério, é uma estratégia da bancada ruralista para tentar atropelar a decisão do STF, que pauta como repercussão geral o tema na tarde desta quarta-feira 20. Com placar de 4 a 2 contra a tese, o Supremo poderá tornar o PL inconstitucional ainda nesta semana.

Caso forme maioria, a decisão do STF atravessa qualquer entendimento que possa ser alcançado na votação do Senado, uma vez que cabe ao Supremo legislar a partir da interpretação do que diz a Constituição Federal.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo