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Caso João Alberto: ‘Achei que ele estivesse encenando’, diz ex-PM

Agressor prestou depoimento à polícia sobre espancamento até a morte de homem negro no Carrefour

João Alberto Silveira Freitas foi espancado até a morte. Foto: Reprodução João Alberto Silveira Freitas foi espancado até a morte. Foto: Reprodução
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O ex-policial militar temporário Giovane Gaspar Silva, de 24 anos, afirmou à polícia que não reparou que João Alberto Silveira Freitas estava morto, após ser espancado em 19 de novembro, em unidade da rede Carrefour em Porto Alegre. A declaração consta em depoimento divulgado pelo portal G1, na quinta-feira 4. Na mesma data, ele foi expulso da Brigada Militar.

“Eu tentei sentir a pulsação dele. Eu tava com a adrenalina muito alta. O fiscal também, este que tava com ele. Veio outro rapaz da Vector, fez ali, e disse que ele tava bem. […] Depois, chegou outro senhor e falou: ‘Cara, acho que ele tá morto’. Sinceramente, achei que ele, naquele momento, estivesse encenando”, afirmou.

O ex-PM espancou João Alberto junto com outro segurança, Magno Braz. Ele contou que foi chamado por rádio para ver um problema em um caixa, que envolvia um cliente e uma fiscal. “Cheguei caminhando, tranquilo, vi que ele tava encarando muito a fiscal”, afirmou. Segundo ele, João Alberto decidiu sair por conta própria da loja, e o acompanhou. Gaspar Silva diz que não houve nenhuma provocação de ambos os lados, até que João Alberto desferisse um soco nele. Na sequência, o homem de 40 anos foi espancado até a morte.

“Ele simplesmente parou e me deu um soco, simplesmente. A minha primeira reação foi tentar pegar ele. Em nenhum momento eu quis dar soco nele. Eu ia imobilizar ele e deu, sabe? Eu não tive outra opção naquele momento senão golpear, sabe, eu não tive opção”, disse, no depoimento.

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