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Carnaval cria condição ‘extremamente propícia’ para a transmissão da Covid, alerta diretora da OMS
‘Me preocupa bastante quando vejo no Brasil a discussão’, afirmou a médica Mariângela Simão


A diretora-geral adjunta de acesso a medicamentos e produtos farmacêuticos da Organização Mundial da Saúde, a médica brasileira Mariângela Simão, chamou a atenção para a 4ª onda de Covid-19 que castiga diversos países, embora não se trate de um movimento idêntico em todas as regiões. Alertou, também, para os riscos de realizar o Carnaval no Brasil em 2022.
“Na região das Américas, há uma transmissão comunitária continuada, com pequenos picos, enquanto a Europa está entrando de novo em uma ressurgência de casos”, explicou Simão em um evento realizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva na segunda-feira 22.
O Brasil tem, segundo dados atualizados na noite de segunda pelo consórcio de veículos de imprensa, 129.703.343 pessoas que completaram o 1º ciclo vacinal (60,8% da população). O Conselho Nacional de Secretários de Saúde confirmou 123 mortes entre domingo e segunda, o que leva a média móvel a 205. O total de vítimas fatais é de 612.782.
Apesar de a situação no País ter melhorado significativamente nos últimos meses, Mariângela Simão pondera que “a vacinação sozinha não consegue conter transmissão”, o que representa a necessidade de monitorar a situação epidemiológica e, eventualmente, adotar medidas restritivas.
“Me preocupa bastante quando vejo no Brasil a discussão sobre o Carnaval. É uma condição extremamente propícia para o aumento da transmissão comunitária. Precisamos planejar as ações para 2022”, completou a diretora da OMS.
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