Na semana passada, um laudo técnico elaborado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) apontou indícios da prática de “rachadinha” no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Nesta quinta-feira 11, reportagem da jornalista Juliana Dal Piva, do portal UOL, revelou que o vereador, junto com Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), receberam em suas contas bancárias, desde 2005, um total de 476,8 mil reais em depósitos sem origem identificada.
De acordo com a publicação, Carlos Bolsonaro recebeu, entre 2008 e 2015, sete depósitos que totalizaram 91.088 reais, valor cuja origem, segundo o laudo, é desconhecida. Já Ana Cristina recebeu, entre 2005 e 2021, 177 depósitos que somaram 385,8 mil reais. O período compreende, inclusive, a fase em que Ana Cristina já não era mais chefe do gabinete de Carlos Bolsonaro – ela exerceu o cargo entre 2001 e 2008.
“Rachadinha” é o nome dado ao esquema feito através do repasse de parte da remuneração de servidores para políticos que os nomearam. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já reconheceu que a prática configura enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público.
Os dados constam no laudo do MP que foi entregue à 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, responsável por investigar as práticas de lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato no gabinete do filho de Jair Bolsonaro.
Segundo a matéria, foram identificados, também, três depósitos diferentes de Jair Bolsonaro a Ana Cristina, realizados entre 2012 e 2014, que somaram 34,2 mil reais.
Até o momento, Carlos Bolsonaro e Ana Cristina Siqueira Valle não se pronunciaram sobre a publicação.
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