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Campanha de Trump desmente Marçal e nega que tenha enviado carta a ex-coach lamentando cadeirada, diz site

Candidato do PRTB chegou a dizer que teria se comunicado com o ex-presidente dos EUA e que procurava uma brecha na agenda de campanha para tentar um encontro com o republicano

Campanha de Trump desmente Marçal e nega que tenha enviado carta a ex-coach lamentando cadeirada, diz site
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O candidato do PRTB a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal. Foto: RS via Fotos Públicas
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O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou a afirmação do candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), de que teria enviado uma carta ao ex-coach após o episódio da cadeirada no debate da TV Cultura.

Na última segunda-feira 23, durante o debate do Flow, Marçal chegou a dizer que tinha recebido uma carta do norte-americano, na qual Trump lamentava o ocorrido. 

“O Trump, que é um cara que sofreu também um atentado agora. Cada um na sua escala: o presidente dos Estados Unidos é a bala de fuzil, o Bolsonaro é a faca, e a prefeitura de São Paulo, que é mais baixo um pouquinho, é cadeirada”, afirmou Marçal.

Forçando uma aproximação com Trump, Marçal chegou a dizer que teria respondido ao norte-americano. “A resposta foi: ‘muito obrigado pela preocupação. E a gente vai mudar o mundo. Você do lado aí dos Estados Unidos, e a gente, no Brasil, através de São Paulo'”.

Entretanto, em resposta ao site Metrópoles, o porta-voz e conselheiro sênior da campanha de Donald Trump nos EUA desmentiu Marçal e disse que “o presidente Trump não enviou nenhuma carta do tipo”.

Agredido pelo também candidato José Luiz Datena (PSDB), Marçal tentou angariar votos por meio da comparação entre a violência sofrida por ele e os episódios de Jair Bolsonaro (a facada em 2018) e Trump (os tiros em comício em 2024). No Brasil, a comparação com o ex-capitão gerou incomodo de membros da extrema-direita e foi publicamente rechaçada. 

Logo após o caso da TV Cultura, Marçal divulgou também um vídeo nas redes sociais em que aparecia usando uma máscara de oxigênio na ambulância, a caminho do hospital. Tempos depois, ele admitiu que a sua equipe de campanha foi responsável por “fazer uma cena” no caso. “Eu precisava daquela ambulância. Eles queriam fazer uma cena”, assumiu Marçal.

Marçal se justifica

Após a resposta da campanha de Trump, Marçal se contradisse sobre a suposta carta. Em resposta ao Metrópoles, o ex-coach afirmou que, na verdade, o documento foi enviado por uma assessora do ex-presidente a um amigo do candidato à prefeitura de SP.

A carta foi assinada por Bethany Movassaghi, que diz ser “consultora e captadora sênior de recursos” da campanha do republicano. O documento foi endereçado a Alex Barata, amigo de Marçal.

Além disso, o documento não está datado. O texto cita que a “preocupação imediata é com o bem-estar de Pablo, especificamente com sua saúde geral”, mas não menciona o episódio da cadeirada.

Depois de afirmar no Flow que recebeu a carta, Marçal decidiu se defender, dizendo que não a recebeu e que as trocas de mensagens foram feitas pelas equipes. “Claro que é da equipe. O cara não escreve carta. Eu não escrevo e-mail há anos, quem escreve sempre é a equipe. Cara importante não escreve carta”, argumentou o candidato.

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