Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a Caixa Econômica Federal – comandada por Pedro Guimarães – firmou um contrato com a empresa “Balada Eventos e Produções Ltda.”, responsável por gerenciar a carreira do cantor sertanejo Gusttavo Lima, no valor de 1,1 milhão de reais, para que o cantor participasse da publicidade da “Mega Sena da Virada” em 2020. As informações são da agência Fiquem Sabendo e foram divulgadas nesta segunda-feira 24.
O contrato previu a composição do jingle da campanha, assim como a produção e distribuição de peças publicitárias. Além disso, uma cláusula do contrato estabeleceu o ressarcimento de impostos pagos pelo então governo, como PIS, Cofins e Imposto de Renda, que, no total, representaram 9,45% do valor do tal do contrato.
De acordo com a publicação, a divulgação foi solicitada à Caixa ainda em janeiro de 2021, no mês seguinte à realização da campanha publicitária realizada por Gusttavo Lima. Desde então, as solicitações vinham sendo negadas sob alegações de sigilo de informação pessoal e segredo industrial.
No valor do cachê pago ao artista, foram contempladas as diárias da filmagem do cantor, realizadas em São Paulo (SP), bem como o deslocamento de Gusttavo Lima de Goiânia (GO) para a capital paulista, no seu avião particular.
O caso é mais um do rol de relações entre parte do setor da música sertaneja e o governo anterior. Tanto durante o governo, em si, como durante as eleições de 2022, cantores sertanejos manifestaram apoio a Bolsonaro, gerando, inclusive, questionamentos no período eleitoral, em razão do uso da estrutura presidencial para encontro com artistas. Nesse contexto, as relações foram motivadas, também, pelo apoio bolsonarista de parte do agronegócio, ligada à produção sertaneja.
Até o momento, nem o cantor Gusttavo Lima nem a empresa “Balada Eventos e Produções” se manifestaram sobre a divulgação do contrato.
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