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Braga Netto esconde assassinatos e tortura e nega ditadura no Brasil: ‘Foi um regime forte’

‘Se houvesse ditadura, talvez muitas pessoas não estariam aqui’, disse o general em audiência na Câmara; assista ao vídeo

Braga Netto esconde assassinatos e tortura e nega ditadura no Brasil: ‘Foi um regime forte’
Braga Netto esconde assassinatos e tortura e nega ditadura no Brasil: ‘Foi um regime forte’
O ex-ministro da Defesa Braga Netto e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, declarou nesta terça-feira 17 que não considera que houve ditadura no Brasil. Ele se referiu ao resultado do golpe militar de 1964 como um “regime forte”. As declarações foram dadas durante audiência conjunta de três comissões na Câmara dos Deputados.

Na sessão, que durou mais de cinco horas, o ministro também negou que o desfile de tanques da Marinha em Brasília no dia em que a Câmara analisaria a PEC do Voto Impresso tenha sido um instrumento de pressão.

“Não considero que tenha havido ditadura. Houve um regime forte, isso eu concordo, cometeram exceções (sic) dos dois lados, mas isso tem que ser analisado na época da História, de Guerra Fria e tudo mais. Não pegar uma coisa do passado e trazer para os dias de hoje. Se houvesse ditadura, talvez muitas pessoas não estariam aqui, [haveria] execuções”, afirmou o militar.

Segundo levantamento divulgado em 2019 pela Human Rights Watch, mais de 20 mil pessoas foram torturadas durante a ditadura militar no Brasil. Além disso, 434 foram mortas ou seguem desaparecidas, conforme números oficiais. Durante o período, 4.841 representantes eleitos pelo povo foram destituídos de seus cargos.

Sobre o desfile de blindados, Braga Netto disse que, “para a cultura militar, demonstrar capacidade de mobilização de seus meios reveste-se de orgulho e obrigação”. Segundo ele, “aproveitou-se a chegada dos meios militares vindos de outras cidades para exercício planejado com antecedência de meses”.

“Ressalto que nunca houve conotação de pressionar ou ameaçar poderes, grupos ou quaisquer pessoas. Tratou-se de ato formal de entrega de convite para tradicional exercício militar”, completou.

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