O pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) pode até tentar um golpe em caso de derrota na eleição de outubro deste ano, mas não terá força institucional para mantê-lo.
“Vai espernear, mas ele não tem condições externas e internas de manter um regime de força aqui”, declarou o petista em entrevista publicada nesta quinta-feira 26 pelo jornal O Globo. “Até porque são oito milhões de universitários hoje no Brasil. No golpe de 1964, eram 200 mil e, em geral, da elite. A democracia vai ser defendida com unhas e dentes”.
Para o ex-prefeito, o ex-capitão tentará repetir o que fez o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
“Ele vai fazer o que o Trump fez, piorado. Se nos Estados Unidos, onde a democracia é mais consolidada, houve cinco mortes, aqui pode ser pior”, avaliou. “Mas não vai ser bem-sucedido. Não vai acontecer o mesmo de 1964”.
O pré-candidato ainda disse que é provável que a união nacional do PT com o PSB não se repita em São Paulo no primeiro turno, já que Márcio França não está disposto a retirar a sua pré-candidatura ao Executivo estadual.
“Nunca mencionei a hipótese de constranger o Márcio a abrir mão da candidatura. Pelo contrário, disse que seria uma honra ter o PSB na chapa, mas que entendia plenamente a condição da manutenção da candidatura dele”, afirmou o petista.
“Hoje o Márcio apoia o Lula, independente de ter duas candidaturas. Isso que tem de ser louvado. Ele não está condicionando o apoio ao Lula à minha desistência. E hoje o mais provável é ter duas candidaturas”, acrescentou.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login