O presidente Jair Bolsonaro (PL) abandonou o apoio incondicional ao ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, que preso nesta quarta-feira 22 em uma operação da Polícia Federal, juntamente com os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, suspeitos de atuarem como lobistas no MEC.
Bolsonaro chegou a declarar, em março, que colocaria a “cara no fogo pelo Milton”, quando o suposto esquema de corrupção na pasta foi revelado. Agora, o ex-capitão, entrevista à Rádio Itatiaia nesta manhã, limitou-se a dizer: “Que ele responda pelos atos dele”.
“O caso do Milton, pelo que eu estou sabendo é aquela questão que ele estaria com uma conversa meio informal demais com algumas pessoas de confiança dele”, lembrou o presidente. “Houve denúncia de que ele teria buscado prefeitos, gente dele, para negociar, liberar recursos. O que acontece? Nós afastamos ele. Se tem prisão é sinal de que a Polícia Federal está agindo”, acrescentou.
A operação contra Ribeiro foi autorizada pela 15ª Vara Federal do Distrito Federal e apura crimes como corrupção e tráfico de influência. A investigação teve início no Supremo Tribunal Federal, mas foi enviada à primeira instância depois que o ex-ministro deixou o cargo.
“Ele que responda pelos atos dele. Peço a Deus que não tenha problema nenhum, mas se tem problema, a PF tá agindo, investigando, é um sinal que eu não interfiro na PF, vai respingar em mim, obviamente”, afirmou Bolsonaro. “Tenho 23 ministros, mais uma centena de secretários, mais de 20 mil cargos de comissão, se alguém faz alguma coisa de errado, vai botar a culpa em mim?”.
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