‘Bolsonaro será indiciado por crime de responsabilidade’, diz senador da CPI

Para Humberto Costa (PT-PE), o relatório final da Comissão deve pedir indiciamento de centenas de pessoas

Humberto Costa, presidente da CDH discursa no Senado. Foto: Waldemir Barreto/ Agência Senado

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O senador Humberto Costa (PT-PE), membro da CPI da Covid no Senado, afirmou que o relatório final da Comissão deve acarretar na responsabilização de centenas de pessoas, incluindo o presidente Jair Bolsonaro.

“Eu acredito que ele vai ser indiciado por crimes de responsabilidade, particularmente, a questão de crimes contra a Constituição, sobre o direito a vida, a saúde”, disse o senador em entrevista ao portal Folha de Pernambuco, publicada nesta segunda-feira 26.

Costa afirma que o material da investigação será enviado para a Câmara dos Deputados, que não poderá se abster de analisar o pedido de impeachment do presidente. “Neste caso da CPI, o presidente da Câmara não pode sentar sobre o pedido, ele tem 30 dias para se manifestar aceitando ou não o pedido”, informa o petista.

Além dos crimes de responsabilidade, o senador ainda indica que a Comissão ainda pode atribuir ao presidente outras condutas criminosas, como disseminação de epidemia, desrespeito às normas sanitárias, de saúde pública, assim como crimes contra os direitos humanos.

“Eu acho que teremos também crimes contra os direitos humanos. Aí nós vamos representar junto ao alto comissariado de Direitos Humanos da ONU e a Comissão interamericana de Direitos Humanos. E, finalmente, se a gente identificar o crime de genocídio, cabe uma representação ao Tribunal Penal de Haia”, completou.

O senador também falou sobre a aproximação de Bolsonaro ao Centrão. “Isso é uma tentativa dele se proteger contra um eventual impeachment. Ele está querendo ter mais garantias de que o centro está com ele e vai impedir um processo de impeachment”, afirmou Humberto Costa.


O petista ainda afirmou que durante o período de recesso, os trabalhos da comissão continuam em andamento, e que servirão para os parlamentares traçarem os próximos passos das investigações. “Pedidos de informação, quebras de sigilos, requerimentos de atos do ministério, enfim. Então, está se fazendo todo esse trabalho de cruzamento de informações”, disse o senador.

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